quinta-feira, 28 de abril de 2016

3 sonhos do livro Meninos da planície

                                              Sonho 3

Sonho Gritos e gargalhadas misturavam-se. Um grupo de 
crianças tomava banho num riacho. Um dos 
meninos, o mais agitado, era magro, cabelos longos, 
pretos e brilhantes. Em pé, com a água na altura do 
peito, começou a bater na superfície do riacho com as 
mãos abertas, atirando água na direção de um menina 
que, sentada numa pedra da margem, mordia uma fruta. 
Ao receber a ducha, deu um pulo. Era da cor do café ralo,
pernas finas e longas, cabelo cheio comprido e liso, nariz 
curto, lábios grossos e um pouco salientes.
O menino continuava dando palmadas na superfície do rio, 
levantando cortinas de água:
- Toma Nia!
Só deixou de espalmar a água quando ela lhe acertou nas costas a 
fruta que comia, gritando com raiva:
- Pára, Aur! Os homens abandonaram a aldeia muito cedo 
para caçar. Ainda havia estrelas. Mais tarde, as
mulheres e crianças começaram a caminhada. 
Iam até as grutas da grande planície.
Na entrada da gruta os homens deixaram um
veado que haviam caçado. As mulheres 
começaram a arrumar o salão de entrada 
da gruta. Nia e mais duas meninas foram 
apanhar água. Aur recolheu folhas 
e galhos secos do chão. Depois 
sentou-se na entrada da gruta 
e girando o galho, sem parar, 
apareceu um anel de brasa.
Quando o fogo 
aumentou, 
Aur apagou rapidamente - Aur venha!
- Já vou.
- Aur, estou chamando!
- Já vou, mãe!
- Aur, venha já!
- O que é?
- Vá com sua irmã apanhar pequi no mato da encosta!
- Nia, vamos! Pegou o cesto e começaram a correr.
Do alto das árvores, Aur jogava os frutos e Nia apanhava no ar.
Entardecia, o cesto estava cheio e era preciso voltar. Era costume desenharem, nas paredes de calcário, os animais que caçavam nas redondezas e registrarem a quantidade dos capturados para controle. Se matassem muitos, no futuro teriam problemas. Por isso, em diversos lugares, junto com as pituras, riscavam linhas verticais paralelas entre si: cada uma representava um animal caçado. Se encontravam muitas linhas pintadas no paredão, evitavam caçar naquele local

                                             Sonho 5

5º Sonho quando então, um barulho de água derramada foi ouvido. 
A mulher mais velha ajoelhou-se e, enquanto 
apanhava algo no chão, veio o primeiro 
choro, forte e zangado, de um 
recém-nascido. Ouviu-se um longo e rouco rugido, vindo da 
esquerda. Fixando os olhos assustados, Aur viu uma 
anta caída, com as vísceras espalhadas pelo chão. 
Tinha a pata traseira dilacerada. 
Um Tigre-de-dente-de-sabre arrancava fatias de 
carne com as garras da mão direita, que cortavam 
como facas.
Lentamente e em silêncio, os homens se 
afastaram de costas, inclinados para a frente, olhos 
fixos no tigre. Atravessando a mata rala, onde 
já estavam protegidos, Aur olhou rapidamente para 
trás e pôde ver o tigre recomeçara a arrancar pedaços 
de carne da anta com suas garras afiadas. Teve vontade 
de segurar na mão de seu pai. 
Ofegava e seu coração disparou. - Tá bom. Pode vir - falou o homem
Finalmente, Aur conseguira convencer o pai. Pela primeira vez 
iria acompanhar os homens numa caçada em direção ao norte, onde 
não havia paredão.
Os seis homens avançavam, seguindo o curso do rio, velozes 
e enfileirados. Aur ia no meio. Caminhavam agora mais 
devagar, beirando a mata, e paravam muitas vezes, 
observando atentamente o chão. A cada pegada que 
encontravam, conversavam sobre o animal que o 
deixara

                                                                        SONHO 8

 8º Sonho Os homens reunidos na esplanada à frente das choupanas, colocavam nas embornais flechas e machados de pedra.
- Deixe-me ir com vocês - pediu Aur, enquanto ajudava o pai a arrumar o embornal.
- Não, é perigoso. Com a seca, os animais pequenos estão à beira da água que 
restou e as cobras da planície andam por perto, atrás deles - respondeu o pai, 
enquanto pendurava o embornal no ombro.
Sete homens magros caminharam em direção ao leito do rio.
Todos pararam olhando para o chão, uma cobra da 
grossura de um braço. O pai de Aur inclinou-se, 
pegou a cauda do animal e, com um 
movimento rápido, girou a braço 
no ar, estatelando a frente do 
animal contra uma laje. Com um 
machado de pedra, 
cortou a cabeça 
da cobra. Tudo estava quieto, quando de repente, explodiu a quietude. Raio sem luz com o trovão diferente, imenso e longo, estalou do chão para o céu. 
Todos na aldeia correram para longe do paredão. Só o mais velho ficara em pé, parado, olhando o resplendor vermelho do Sol. Foi um longo instante, até retornar o silêncio.
O povo da aldeia, falando ao mesmo tempo, quase no tom de cochicho que o medo provoca, começaram a caminhar ao mesmo tempo na direção do enorme círculo. 
A montanha por trás da qual o Sol desaparecera na véspera era como imã atraindo o olhar do mais velho, que ressaltou: - A terra tem fome e abriu a boca bem do lado da aldeia! Lançando no vazio, espigas de milho. - Se não atirarmo comida na sua boca, ela vai abri-la ainda mais. Onde a realidade se torna sonho..

quarta-feira, 13 de abril de 2016

                       trabalho do livro:Meninos Morenos 

                                           texto do livro; MENINOS MORENOS
    Jarinho chegava para com a gente e vinha com o melro no ombro.se a brincadeira era contar história,brincar de gata-parida,berlinda,mamãe-eu-posso-ir ou qualquer outra que não implicasse correr,o melro ficava no ombro do Jarinho,(...).Jarinho havia deixado melro num galho de árvore 
para fazer uma coisa qualquer,quando começou um furacão.(o melro sumiu).
                                                               Minha versão
    Era um dia qualquer,num sábado,tinha uns 7 anos, estava em casa com meu irmão e meu pai,
pois minha mãe foi ao mercado central, quando voltou, trouxe um passarinho, fiquei feliz, mas ele se estranhou e bicou minha mãe. Minha mãe vendeu o pássaro ao meu primo e não vejo ele desde aquele dia (e já tenho 11 anos).
                                                                                                    

                                                                                           de: Gabriel Teixeira Gontijo Oliveira